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Descarte a seco de rejeitos é a nova aposta do setor da mineração no Brasil

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 10/01/2022 às 14:54
Atualizado em 14/10/2024 às 16:47
Após desastres em Brumadinho e Mariana, Agência Nacional de Mineração busca por mais sustentabilidade e segurança e investe no descarte a seco dos rejeitos
Após desastres em Brumadinho e Mariana, Agência Nacional de Mineração busca por mais sustentabilidade e segurança e investe no descarte a seco dos rejeitos. Fonte: Reprodução

Após os desastres de Brumadinho e Mariana, o setor da mineração está buscando mais sustentabilidade e segurança e investe agora no descarte a seco dos rejeitos das operações

O setor da mineração sofreu com alguns desastres nos últimos anos, como o de Mariana e Brumadinho, devido à utilização de técnicas não tão seguras e, agora, está visando mais sustentabilidade e segurança para as operações. Durante esta última segunda-feira, (03/01), a Agência Nacional de Mineração anunciou a resolução 85/2021 para o setor, que visa o incentivo à utilização do descarte a seco dos rejeitos produzidos nas operações.

Confira outros artigos do setor:

Utilização de descarte a seco dos rejeitos pode garantir mais sustentabilidade e segurança para o setor da mineração

Os desastres que ocorreram em Brumadinho e Mariana nos últimos anos em decorrência da falta de segurança e fiscalização nas operações do setor da mineração abriram os olhos da população e do poder público para as práticas que estão sendo utilizadas nas operações e para novas alternativas. Assim, o descarte a seco dos rejeitos é a nova aposta do setor para obter mais sustentabilidade e, acima de tudo, mais segurança para que esses acontecimentos possam ser evitados

A tendência do descarte a seco dos rejeitos de processos como o beneficiamento de minério já está sendo adotada por grandes empresas do setor, como a Samarco e a Vale, que estão visando um descarte mais correto e útil para esses rejeitos e reduzindo a utilização de barragens para isso. Assim, os rejeitos arenosos, que são a maior parte, são destinados a desagua correta e segura, enquanto a lama é armazenada a seco para evitar que esse tipo de acontecimento volte a ocorrer nas operações. 

A Vale é um grande destaque na utilização dos rejeitos a seco na mineração, principalmente se tratando dos processos de beneficiamento de minério da companhia, que já adotam a “tecnologia de concentração a seco” que, além de permitir o descarte adequado desses resíduos, colaboram com a sustentabilidade no setor e reduzem a utilização de água nas operações.

Agência Nacional de Mineração continua com seus esforços para a utilização do descarte a seco de rejeitos no setor 

A ANM ou Agência Nacional de Mineração é a responsável por grande parte da fiscalização das atividades mineradoras no Brasil e, desde 2019, vem investindo esforços para a utilização dessa tecnologia de descarte nas operações. Assim, a agência determinou no início de 2019 que as barragens de rejeitos construídas ou alteadas pelo método a montante  sejam descomissionadas e descaracterizadas até agosto de 2023, além de ter divulgado mais uma resolução para o problema nesta última segunda-feira, que traz mais detalhes sobre como os rejeitos devem ser acondicionados pelas empresas.

O diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Flávio Ottoni Penido, comentou acerca dessa nova iniciativa no setor da mineração e destacou que “a legislação está mais rígida. A tendência no setor, em pouco tempo, é não ter nenhuma barragem com método construtivo a montante. As que existem estão sendo, aos poucos, descaracterizadas e, posteriormente, desativadas. Há tecnologias disponíveis e já sendo utilizadas para um melhor acondicionamento do rejeito, a seco, importante caminho para uma mineração mais sustentável, dentro da agenda ESG”.

Com isso, as companhias do setor estão investindo cada vez mais em mudanças no processo de beneficiamento do minério e no armazenamento a seco ou à umidade natural. Visando evitar que desastres como a de Brumadinho e Mariana voltem a acontecer nas operações da região, além de colaborar com a agenda ambiental e a redução dos impactos ao meio ambiente.

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Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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