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A fitomineração (agromineração) demonstra melhor desempenho que a mineração convencional, diz estudo

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 19/08/2021 às 20:08
Atualizado em 14/10/2024 às 16:47
A fitomineração ou agromineração demonstram melhor desempenho que a mineração convencional
Microscopia de fluorescência de raios X da planta hiperacumuladora de níquel Alyssum murale. A cor vermelha mostra sua estrutura, a cor verde mostra cálcio e o azul mostra o níquel. Fonte: Antony van der Ent

A mineração convencional possui muitas barreiras que a impedem de se desenvolver com eficácia, já para a fitomineração e agromineração, essa jornada é apenas o começo.

No dia a dia, a mineração convencional já é bastante conhecida entre os brasileiros. Mesmo que muitos nunca tenham visitado uma mina ou visto de perto como todo o processo ocorre. Com a televisão e a internet ao nosso dispor, rapidamente teremos tais informações, sejam em vídeo ou em fotos. Acontece que, até o momento, esse era o método mais popular para extrair metais, no entanto, pesquisadores descobriram que as plantas podem ser uma fonte melhor que as minas. Essa proposta está sendo denominada como fitomineração ou agromineração.

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Como é possível exercer a mineração utilizando plantas?

Ao longo dos anos, muitos cientistas estavam buscando soluções para que o setor mineral não prejudicasse o meio ambiente de forma tão agressiva. No entanto, no decorrer de alguns estudos, pesquisadores australianos revelam que a fitomineração (agrominaração), está pronta para ser praticada fora do laboratório. Seja nas minas, nas lavouras ou em qualquer lugar que seja propício.

Afinal, como funciona a fitomineração?

Não seria exatamente como ela funciona, mas sim, como a natureza conseguiu se desenvolver tanto a esse ponto. Acontece que, a agromineração não engloba todos os tipos de plantas, mas sim, um grupo específico. As hiperacumuladoras são plantas que conseguem acumular em seu interior, uma grande quantidade de metais.

Geralmente, quando as plantas de outras espécies entram em contato como solo repleto de metais, a tendência é murchar até morrer devido a absorção desses elementos. No entanto, as hiperacumuladoras conseguem viver normalmente ao serem plantadas nesse solo. Mas, elas não conseguem apenas sobreviver nesses locais onde a mineração prejudica o solo com metais.

Dessa forma, a tendência é que elas fiquem vivas e ainda absorvam os metais presentes no solo, de modo que consiga acumular dentro de si, uma enorme quantidade. Em determinados casos, foi observado que a sua biomassa aumento em cerca de 5% a mais que o normal. Com isso, muitos acreditam que esse é apenas o início, na qual as plantas serão biominérios e a nova era, será a ‘mineração vegetal’.

Para o professor Antony van der Ent, da Universidade de Queensland, “a fitomineração pode ir para a escala real para o níquel imediatamente. Enquanto a agromineração para o cobalto, o tálio e o selênio estão ao alcance. Há uma abundância de minérios não convencionais que poderiam ser aproveitados por fitomineração, como solos ultramáficos abundantes em regiões tropicais, que normalmente contêm 0,5-1% em peso de níquel, abaixo dos níveis de corte para a mineração convencional.”

O futuro do setor mineral será uma fazenda de plantas hiperacumuladoras?

Atualmente, diversos fatores estão impossibilitando que a extração de metais seja realizada. Dentre eles podemos citar: governo, leis, fatores sociais e ambientais, bem como, a localização das minas encontradas recentemente. Por esse motivo, a fitomineração pode vir a salvar ou contribuir grandemente para o setor de mineração.

Um outro adendo importante é que, devido a popularidade das novas tecnologias renováveis, o valor do níquel, zinco, manganês, cobalto, selênio e tálio estão aumentando gradativamente. No entanto, algumas espécies de plantas hiperacumuladoras possuem todos esses elementos, que estão sendo vitais no momento.

imagem que pode comprovar que a fitomineração/agromineração pode atingir melhores resultados que a mineração convencional
Fluorescência de raios X de uma fruta hiperacumuladora, mostrando níquel em vermelho, cálcio em verde e potássio em azul.
[Imagem: Sustainable Minerals Institute/University of Queensland]

Dessa forma, “plantas como a Alyssum murale podem atingir rendimentos de até 400 kg de níquel por hectare por ano, que vale cerca de US$ 4.000 a preços atuais, excluindo custos de produção e processamento. O níquel de origem biológica também é único por ser de pureza particularmente elevada, com a biomassa processada contendo 20-30% de níquel, e poucas das impurezas geralmente associadas aos minérios de níquel convencionais”, revelou Antony.

A partir de agora, os testes com a agromineração serão realizados em larga escala, para que possa ser observado como as hiperacumuladoras se comportam quando então em contato com o solo rico em metais, que um dia já foram ou é um local utilizado para a mineração.

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Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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