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Vale solicita adiamento do prazo de desativação das barragens em Minas Gerais

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em fevereiro 25, 2022 às 11:23 am
A mineradora Vale pediu a prorrogação do prazo para a desativação das barragens em Minas Gerais que possuem riscos, em razão da complexidade das obras e a necessidade da segurança na mineração
A mineradora Vale pediu a prorrogação do prazo para a desativação das barragens em Minas Gerais que possuem riscos, em razão da complexidade das obras e a necessidade da segurança na mineração. Fonte: Reprodução

A mineradora Vale pediu a prorrogação do prazo para a desativação das barragens em Minas Gerais que possuem riscos, em razão da complexidade das obras e a necessidade da segurança na mineração

A Vale anunciou, durante esta última terça-feira, (22/02), que realizou um pedido para a prorrogação do prazo previsto para a desativação das barragens em Minas Gerais que apresentam riscos na mineração. A empresa comentou que a grande complexidade das obras faz com que seja necessário um período ainda maior para a desativação, em razão da necessidade da garantia de segurança nesse processo.

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Prorrogação do prazo previsto para a desativação das 23 barragens da Vale em Minas Gerais é solicitada pela mineradora 

Após a tragédia que ocorreu em Brumadinho no ano de 2019, em razão da falta de fiscalização nas barragens da mineração no estado de Minas Gerais, cerca de 54 operações no estado foram constatadas como de risco para a população e o meio ambiente. Assim, as mineradoras teriam como prazo máximo para a desativação dessas barragens até hoje, 25 de fevereiro de 2022, enquanto as companhias não cumprem com o previsto.

Dessa forma, a mineradora Vale, que conta com 23 barragens em situação de risco no estado, anunciou que fez o pedido para a prorrogação do prazo de desativação, em razão da complexidade dessas obras. A companhia afirma que a solicitação é pautada na inviabilidade técnica para o cumprimento dos prazos devido principalmente às ações necessárias para aumentar a segurança diante da complexidade das obras, que representam aumento de riscos para as estruturas. Com isso, ela também destaca que está sim comprometida com a segurança nas suas operações dentro da mineração no estado, mas que necessita de compreensão em relação aos prazos. 

Agora, a solicitação da prorrogação dos prazos está sendo na Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) e também formalizada na Agência Nacional de Mineração (ANM), que ainda está analisando o que poderá ser feito em relação às barragens da mineradora. A companhia ainda destacou que cada uma das barragens conta com uma estrutura única e que demanda de mais tempo para conseguir desenvolver soluções para as obras, de acordo com a necessidade de cada uma das operações. 

Mineradora Vale reafirma compromisso com a segurança na mineração, mas segue com solicitação para prorrogar a desativação das barragens 

A Vale está cada vez mais investida na segurança e na fiscalização das suas operações dentro do segmento da mineração e prevê encerrar 2022 com 40% das suas estruturas deste tipo eliminadas, garantindo que 12 de 30 barragens mapeadas já estejam descaracterizadas até o final do ano de 2022. Assim, entre as operações que serão desativadas estão os  diques 3 e 4 da barragem Pontal e barragem Ipoema, em Itabira (MG), a Barragem Baixo João Pereira, em Congonhas (MG), e o Dique Auxiliar da Barragem 5, em Nova Lima (MG).

Com isso, a mineradora liberou uma nota reafirmando o seu compromisso com a segurança e justificando a necessidade de mais tempo. A nota diz que “A eliminação das barragens a montante faz parte do processo de transformação cultural que a empresa vem passando desde o rompimento da barragem B1, em Brumadinho. Essa transformação também inclui a revisão de processos e práticas de gestão de barragens e rejeitos com destaque para a adoção do Padrão Global da Indústria para a Gestão de Rejeitos (GISTM, em inglês), que estabelece requisitos para a gestão segura de estruturas de disposição de rejeitos e tem o objetivo de evitar qualquer dano às pessoas e ao meio ambiente”.

Agora, o que a mineradora aguarda é a decisão dos órgãos estaduais, bem como da Agência Nacional de Mineração, sobre o futuro dessas barragens e qual será o prazo final para a desativação dessas atividades no estado de Minas Gerais.

Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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