Após o desastre ambiental que ocorreu em Mariana no dia 05 de Setembro de 2015 quando a barragem de Fundão se rompeu, muito se tem discutido a respeito das barragens de rejeitos, logo a legislação e fiscalização relativas a essa prática vem se tornando cada vez mais rígida a fim de evitar novas tragédias.
Novas técnicas de contenção vem sendo implantadas nesses métodos e discutidas para então cessar o uso das barragens na mineração garantindo assim uma segurança maior para o meio ambiente e também para trabalhadores e moradores da região. As consequências desse grave acidente estão presentes até hoje no dia a dia das populações de Bento Rodrigues e outros distritos próximos que foram atingidos pela lama. Os rejeitos que foram levados pelo Rio Doce afetou dezenas de cidades na Região Leste de Minas Gerais até o Espírito Santo, com a falta de água potável. A fauna e a flora local foram também grandemente prejudicada. O prejuízo desse desastre em relação ao rompimento é de cerca de 100 milhões de reais, incluindo perdas da infraestrutura, dano ambiental, pontes levadas, escolas e vidas perdidas. Esse número é levantado pela Secretaria de Obras da Cidade. Continue a leitura conosco até o fim deste artigo e confira com detalhes o que são as barragens de rejeito e quais métodos são utilizados na construção da mesma. Confira!
Barragens: O que são? Qual a sua finalidade?
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As barragens de rejeitos são parte do processo de beneficiamento mineral. Para que haja a extração do minério e para que o mesmo atenda as especificações do mercado internacional, é necessário que haja a separação do material valioso presente dos minerais restantes que não possuem valor de venda. Para ocorrer esse processo de separação, normalmente essa etapa requer a utilização da água, embora o rejeito seja um material que não possui valor de mercado, por razões ambientais o mesmo deve ser devidamente armazenado. As barragens então são formadas a partir de um barramento maciço que pode ser dado devido a compactação do solo, blocos de rocha e ou rejeitos e ainda deve possuir mecanismos de impermeabilização e drenagem que irão servir para reter o material descartado.
Existe alternativa que pode substituir esse método? Sim!
- Realizando o reaproveitamento do material descartado
Uma das alternativas encontradas como método alternativo para evitar as barragens é reaproveitar o material descartado. O Secretário Estadual do Meio Ambiente, Sávio de Souza Cruz, declarou em entrevista ao Jornal Estado de Minas que os rejeitos de minérios não são conceitos mineralógicos e sim conceitos econômicos. O que não possui valor econômico é minério, portanto, pode-se obter mecanismo de estímulo para o aproveitamento desses rejeitos. Adotando essa prática, irão se extinguir as barragens de rejeito. Hoje o que possui em uma barragem de rejeito pode ser tratado, recuperado e comercializado. Essa opção não é explorada pelo fato da utilização de um alto custo no processo e a tecnologia que seria necessária utilizar para tal. Portanto, além de dar um fim ambiental para o material é possível também que se dê a destinação comercial para o que é descartado, diminuindo a quantidade de resíduos para o meio ambiente e enriquecendo o país.
- Deposição em Pilhas Controladas
As pilhas são sistemas de deposição de rejeitos que inicialmente são extraídos da água da polpa (mistura de um fluido líquido + minério ou rejeito). A fração sólida é armazenada ou conformada em pilhas em locais adequados. Esse processo é realizado em barragens de rejeitos já construídas, o material já seco é escavado destas, transportado e disposto em pilhas controladas, enquanto rejeitos recentes são depostos na cavidade formada na barragem para a extração da fase líquida. Esse processo possui vantagens ambientais uma vez que as pilhas podem ser construídas em interferência direta com a rede de drenagem. Além de econômicas, visto que não há necessidade de possuir sistemas extravasores (sistema que faz a eliminação de excesso de água e dissipa energia).
- Disposição Conjunta
Outro meio alternativo de evitar as barragens é utilizar o método de Disposição Conjunta. Essa técnica se baseia em armazenar rejeitos e estéreis no mesmo espaço físico. Quando há a mistura desses materiais, é chamada a co-disposição, que traz vantagens como:
- Redução de Volume melhorando assim as características geotécnicas e de densidade da mistura de rejeitos ou rejeitos mais estéreis;
- Melhoria das características de resistência e deformabilidade quando os resíduos misturados possuem granulometrias diferentes;
- Redução de Comprometimento Ambiental de áreas para a disposição de resíduos e recuperação da área minerada
Quando armazenados sem alguma necessidade de misturá-los a técnica se denomina como disposição compartilhada, possuindo como principais vantagens:
- Reaproveitamento de áreas utilizadas anteriormente;
- Redução do comprometimento ambiental
Ambos os modos as desvantagens estão na necessidade de maior cuidado no projeto e também maior controle durante a operação do sistema, o Risco de comprometimento ambiental quando utilizado resíduos quimicamente ativos ou tóxicos.
- Disposição em Cava Subterrânea
Essa disposição pode ser realizada quando o resíduo ou estéril não oferecer algum perigo em potencial, pois, com o tempo, o material enterrado poderá gerar poluentes que irão contaminar o solo e as águas subterrâneas. Exemplo, a percolação d’água através dos rejeitos pode dissolver vários poluentes metálicos que irão causar a oxidação do enxofre e produzirá ácidos devido à redução do pH. A disposição é realizada concomitantemente com o método de lavra chamada de corte e enchimento onde o material preenche os realces gerados pela exploração do minério e pode ocorrer em forma de pasta, polpa e ou material consolidado. Essa prática possui vantagens e as principais consistem em:
- Proporcionar piso de trabalho para extração do minério;
- Proporcional suporte para parede de escavações subterrâneas;
- Maximizar a recuperação do corpo de minério
Disposição dos rejeitos
A seleção de métodos utilizados para lidar com os rejeitos e estéreis da mineração deve-se levar em conta o material e a área disponível. As barragens se tratam de uma opção mais barata, porém, estas, apresentam grandes riscos em falhas estruturais que podem causar desastres assim como o de Mariana, porém, ainda há situações em que seu uso ainda será o mais recomendado. Todos os métodos oferecem riscos se não foram executados com responsabilidade e de forma correta. Independente qual seja a escolha, cabe aos responsáveis do empreendimento ter um compromisso na hora de realizar o projeto conforme as normas ambientais prevê.
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