Mineração em território brasileiro sofre de carência por novos projetos e continua investindo somente em ferro e ouro.
Conforme o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), as expectativas é que entre 2021 a 2025, o Brasil consiga investir cerca de US$ 38 bilhões nesse setor. Desse total, o Estado de Minas Gerais deverá se contemplado com US$ 13 bilhões para investir. No entanto, as projeções não estão boas o suficiente, aos olhos da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa Mineral (ABPM).
Acontece que, mesmo com as cifras elevadas, o Brasil não possui novos projetos que visam alavancar ainda mais os ganhos e fazer desse setor, mais visível e com mais reconhecimento pelos brasileiros. De forma sucinta, no cenário atual, o que está faltando mesmo é sair do comodismo criado pelo ouro e ferro, tentar novos horizontes ou uma diversificação no modo como o dinheiro está sendo aplicado.
Por que o setor de mineração não investe em projetos novos?
Quando questionado acerca desse assunto, o Presidente da ABPM, Luis Mauricio Ferraiuoli Azevedo, revelou alguns fatores pelos quais o setor necessita de urgente mudança, sendo eles: a baixa segurança jurídica, a escassez de regulamentação e orientações mais precisas para execução de atividades.
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Uma vez que, para o mercado de financiamento, esses fatores são primordiais para que exista, de fato, um crescimento positivo. Como o Brasil não oferece tais aparatos, o investidor acaba migrando para os concorrentes, nesse caso, Austrália e Canadá.
Portanto, ninguém quer investir no escuro, ou em algo que possa vir a ter impacto negativo. Durante um investimento de risco, o investidor irá dar preferência para mercados de mineração mais estáveis, que sejam atrativos e previsíveis quanto ao retorno.
Para o Presidente, “o ciclo não se completa. Devido à falta de atributos simples, não se desenvolve novos projetos, não se inicia pesquisas, não diversifica a base de commodities e ficamos num eterno depender do ouro, do ferro, do cobre e da rocha ornamental, enquanto os outros países têm uma cesta mineral muito grande”.
Por que não se espelhar no agronegócio?
Em território brasileiro, um setor em específico vem ganhando mais olhares ao longo do tempo, a agricultura. E é por esse âmbito que o Luis Mauricio diz ter inveja. Não como uma forma ruim, mas sim, como exemplo de superação.
A MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) se reconstruiu após um período difícil. E mesmo sendo a mineração tão rica em aparelhos tecnológicos, não consegue seguir a Pasta da agricultura, e tentar inovar e trazer mais recursos para o país.
É como se ambos os setores possuíssem a mesma capacidade e recursos ao seu fazer, mas no final, somente a agricultura consegue investir corretamente. Para salvar e aumentar o retorno trazido pela mineração, Azevedo sugere a criação de uma agência de desenvolvimento que fosse inteiramente voltada para esse setor e iniciativa privada.
Como forma de garantia, a criação de novos projetos seria um fator positivo. Assim, a agência teria como função, escolher e divulgar o motivo pelo qual é seguro e financeiramente viável investir na mineração brasileira.
Trazendo novamente a agricultura como exemplo, o Presidente diz que, em nosso país, é possível plantar em qualquer local e não haveria uma reserva de mercado.
Em contrapartida, para que a mineração aconteça, se faz necessário a existência de uma mina, e geralmente, elas são encontradas durante a escavação para determinados projetos.
Mesmo com o déficit nos projetos e na falta de inovação nesse setor, é válido ressaltar seus pontos positivos.
Agência Nacional de Mineração (ANM), os pedidos protocolizados estão sendo feitos em um ritmo acelerado. Dentre estes pedidos podemos citar a extração, os requerimentos de pesquisas, a lavra garimpeira e o licenciamento. No decorrer do primeiro semestre de 2021, os pedidos perfizeram um equivalente a 8.831. Esse valor foi inferior ao de 2020, que obteve um total 10.746.
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