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Vallourec entra com ação na justiça para não pagar multa devido ao transbordamento de dique

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em fevereiro 1, 2022 às 9:03 pm
A Vallourec entrou com uma ação na justiça para não ter que pagar a multa de R$ 288 milhões ao governo de Minas Gerais após o transbordamento do dique, causado pelas chuvas
A Vallourec entrou com uma ação na justiça para não ter que pagar a multa de R$ 288 milhões ao governo de Minas Gerais após o transbordamento do dique, causado pelas chuvas. Fonte: Valor Econômico

A Vallourec entrou com uma ação na justiça para não ter que pagar a multa de R$ 288 milhões ao governo de Minas Gerais após o transbordamento do dique, causado pelas chuvas

O transbordamento do Dique Lisa, da empresa do setor da mineração Vallourec, causou uma série de prejuízos ao estado de Minas Gerais neste período de chuvas e o governo aplicou uma multa de R$ 288 milhões à companhia. No entanto, a Vallourec entrou com uma ação na justiça durante esta última segunda-feira, (31/01), para não ter que pagar essa multa, além de negociar o retorno das atividades.

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Mineradora Vallourec não quer pagar multa aplicada pelo governo de Minas Gerais e entra com ação na justiça

As chuvas constantes no estado de Minas Gerais durante o começo do mês causaram o transbordamento do Dique Lisa, que aconteceu no dia 8 de janeiro e inundou a BR-040, além de causar a suspensão a rodovia por dois dias perto da Lagoa dos Ingleses, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Assim, o governo do estado de Minas Gerais aplicou uma multa no valor de R$ 288 milhões à mineradora Vallourec, pelos danos causados ao meio ambiente e os prejuízos ao setor da mineração.

No entanto, a empresa ainda não realizou o pagamento da multa e, além de tudo, entrou na justiça com uma ação algumas horas antes de acabar o prazo, visando não pagar esse valor ao governo do estado. A empresa do setor da mineração se justificou afirmando que a multa foi aplicada “quando ainda não era possível saber a extensão do ocorrido e os efeitos sobre o meio ambiente. Foram questionadas, portanto, premissas fáticas e normativas do Auto de Infração”.

Dessa forma, o processo de multa seguirá pausado até que a ação seja julgada e a justiça determine quais serão os rumos da Vallourec em relação às indenizações que deveriam ser pagas em decorrência do deslizamento de talude e carreamento de material sólido da pilha Cachoeirinha para o Dique Lisa.

Vallourec ainda precisa adotar medidas preventivas de segurança nas suas operações e busca retorno das atividades na região

Após os acontecimentos e os impactos desse transbordamento no período de chuvas ao setor da mineração, a companhia Vallourec terá que adotar uma série de medidas preventivas e de segurança nas suas operações. Caso isso não aconteça, a mineradora terá que pagar multa diária de R$ 1 milhão, conforme uma Ação Civil Pública, com pedido de tutela de urgência, proposta pelo Ministério Público de Minas Gerais junto com a Advocacia Geral do Estado de Minas Gerais.

Além disso, o Ministério Público também determinou a suspensão das atividades na Pilha Cachoeirinha e a adoção de medidas necessárias para assegurar estabilidade e segurança da mina Pau Branco. Por fim, a companhia também terá que pagar indenizações e auxílio financeiro às famílias que precisaram deixar as suas moradias em razão do transbordamento, fornecendo a ajuda necessária para que elas se estabeleçam em algum outro local de maneira segura e com boas condições para a moradia. 

A Vallourec continua buscando a retomada das suas atividades, em especial as da mina de Pau Branco e abriu um diálogo com as autoridades estaduais e com a Agência Nacional de Mineração (ANM) para a assinatura de um termo de compromisso ambiental e de segurança. Com isso, a companhia segue aguardando a decisão da ANM e das autoridades de Minas Gerais para a resolução do pedido e uma possível retomada das atividades da mineração após esse longo período de chuvas que aconteceram no estado.

Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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