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Municípios de Minas Gerais se juntam para buscar medidas contra a Vale em relação aos deslizamentos de janeiro

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 18/02/2022 às 23:35
Atualizado em 14/10/2024 às 16:47
Os municípios da região de Betim, Minas Gerais, se reuniram para debater as medidas que a mineradora Vale deverá tomar em relação às áreas afetadas pelos deslizamentos decorrentes das chuvas de janeiro
Os municípios da região de Betim, Minas Gerais, se reuniram para debater as medidas que a mineradora Vale deverá tomar em relação às áreas afetadas pelos deslizamentos decorrentes das chuvas de janeiro. Fonte: Reprodução

Os municípios da região de Betim, Minas Gerais, se reuniram para debater as medidas que a mineradora Vale deverá tomar em relação às áreas afetadas pelos deslizamentos decorrentes das chuvas de janeiro

Recentemente, os prefeitos dos municípios da região da Bacia do Paraopeba se reuniram na cidade de Betim, Minas Gerais, para discutir quais ações a Vale deverá tomar em relação às áreas afetadas pelos deslizamentos de janeiro. Até essa sexta-feira, (18/02), a mineradora não tomou as medidas necessárias para dar auxílio aos municípios afetados pelas chuvas no mês e as prefeituras pedem um posicionamento da empresa de mineração.

Leia também:

Prefeituras das cidades da Bacia do Paraopeba pedem medidas da mineradora Vale em relação aos deslizamentos das suas atividades na mineração

Esta última terça-feira foi marcada por uma grande reunião na cidade de Betim, Minas Gerais, envolvendo os prefeitos dos municípios da região do rio Paraopeba. O encontro aconteceu em decorrência da falta de posicionamento da Vale em relação aos impactos causados pelos deslizamentos das suas operações na mineração durante o mês de janeiro. Assim, o encontro debateu sobre o impacto das chuvas de janeiro que resultaram numa invasão de lama do rio com rejeitos de minérios da empresa e serviu para cobrar medidas efetivas de reparação da mineradora. 

As chuvas ainda seguem por toda a região e por todo o estado de Minas Gerais e, com isso, os representantes dos municípios temem que as enchentes se repitam nas cidades que foram atingidas no mês passado antes mesmo de haver a recuperação das áreas atingidas. Apesar dos órgãos Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) terem determinado que a empresa apoiasse as prefeituras dos municípios atingidos pelas chuvas nas ações de limpeza de vias públicas e de propriedades particulares, a Vale não está auxiliando nessa iniciativa. 

Os representantes dos municípios destacam que os deslizamentos das atividades na mineração que aconteceram trouxeram materiais altamente tóxicos e de difícil remoção, além de acabar com as redes de drenagem, as saídas de água, as fossas e as cisternas na região de Citrolândia. Assim, a mineradora não está tomando providências necessárias para auxiliar no combate a esses impactos e os municípios continuam sem conseguir respostas e medidas práticas para que essa situação consiga ser revertida. 

Mineradora Vale libera nota afirmando que agiu de acordo com as necessidades e atendeu aos pedidos das prefeituras

A mineradora Vale foi procurada em relação ao problema ainda nas últimas semanas e liberou uma nota afirmando que “atendeu a diversas solicitações do poder público de municípios da Bacia do Paraopeba, em caráter emergencial, voluntário e humanitário” e que “A empresa forneceu veículos e equipamentos como caminhão, caminhão-pipa e retroescavadeira para auxiliar as Defesas Civis e demais autoridades nas medidas de apoio às comunidades afetadas, apoiando os municípios de Brumadinho, Betim, Mário Campos, São Joaquim de Bicas e Pompéu. Todos os serviços solicitados e acordados com as prefeituras já foram executados. Além disso, a Vale entregou no período emergencial, na bacia do Paraopeba, mais de 480 mil litros de água, além de cestas básicas, produtos de limpeza, higiene pessoal, colchões e EPIs.”

Apesar disso, o secretário municipal de Meio Ambiente e presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba, Ednard Tolomeu ainda segue procurando providências em relação aos impactos das operações da empresa na mineração regional e acredita que os rejeitos dos deslizamentos também contém uma parcela da barragem de Brumadinho.

Com isso, a mineradora segue sendo bastante pressionada pelas entidades ambientalistas de Minas Gerais e pelas prefeituras dos municípios afetados pelos deslizamentos, mas ainda não chegou a debater as medidas que estão sendo solicitadas com as próprias administrações dos locais de forma direta e clara.

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Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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