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Ferrovias interditadas no estado de Minas Gerais podem afetar setor da mineração

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em janeiro 27, 2022 às 11:41 pm
As chuvas em Minas Gerais deixaram diversas ferrovias interditadas e isso vem afetando a produção no setor da mineração, atrasando o transporte de cargas e escoamento de minérios
As chuvas em Minas Gerais deixaram diversas ferrovias interditadas e isso vem afetando a produção no setor da mineração, atrasando o transporte de cargas e escoamento de minérios. Fonte: Reprodução

As chuvas em Minas Gerais deixaram diversas ferrovias interditadas e isso vem afetando a produção no setor da mineração, atrasando o transporte de cargas e escoamento de minérios

Durante esta última quarta-feira, (26/01), a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) anunciou 15 pontos de ferrovias interditadas no estado de Minas Gerais após o impacto das chuvas. Assim, o setor da mineração segue sendo afetado com essas suspensões, já que o escoamento da produção e o transporte de cargas não pode ser feito da maneira ideal, atrasando as operações.

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Diversos pontos de ferrovias seguem interditados e atrasam produção do setor da mineração em Minas Gerais 

O início do mês de janeiro de 2022 até a sua metade foi marcado por longas chuvas por todo o estado de Minas Gerais e, mesmo após o fim desses acontecimentos, o setor da mineração segue sendo afetado na região. Isso acontece pois, mesmo que as operações possam ter retornado, Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) anunciou 15 pontos de ferrovias interditadas no estado de Minas Gerais em razão desses fenômenos, o que vem sendo bastante prejudicial para o segmento

O coordenador do Núcleo de infraestrutura, supply chain e logística da Fundação Dom Cabral (FDC), Paulo Resende, destaca os atrasos que vêm ocorrendo no setor e que essa situação pode se agravar ainda mais, afirmando que “O maior impacto é um desabastecimento no mercado global. Se isso (a interrupção) perdura muito, você tem um impacto no preço, principalmente do minério. Você imagina o chinês desabastecido. Ele vai procurar na Austrália. Você tem compromissos contratuais. O tempo para se chegar com esse minério lá na ponta (no destino do comprador) é muito grande”.

As ferrovias são os principais pontos de escoamento de matéria-prima e da produção da mineração e, com a suspensão de diversos pontos, o setor segue sendo atrasado. O professor também ressalta que “Os navios são transatlânticos de longa distância. Eles são programados para chegar ao porto e já ter a carga. O minério, você descarrega do vagão no navio. Se o vagão não chegar, o navio vai ficar parado. No Brasil, o navio de minério parado custa aproximadamente US$ 80 mil por dia”.

Ferrovias interditadas atrasam produções e empresas da mineração estão prevendo um grande prejuízo nas operações em razão das suspensões

Entre as diversas ferrovias afetadas por essas chuvas, a situação mais preocupante se encontra no Ramal Burnier, da MRS Logística, onde são quatro pontos de interdição sem data de liberação, em Ouro Branco, na região Central de Minas Gerais. Enquanto isso, o problema no corredor Centro-Sudeste da FCA, entre Uberaba e Araguari, deve ser resolvido ainda hoje. Com isso, algumas empresas no setor de mineração poderão continuar com o escoamento das cargas por esse trecho, embora diversos outros sigam paralisados e sem previsão para o retorno das atividades.

Além disso, as companhias do setor da mineração seguem preocupadas com o cenário atual e a Vale, gigante do segmento, destaca que está esperando um impacto de aproximadamente 1,5 megatonelada na produção e compra de minério de ferro. A ArcelorMittal também destaca a importância dessas ferrovias e a preocupação com o que está acontecendo no estado e os impactos na produção final de minérios. Já a AngloGold Ashanti afirmou que não escoa nenhum de seus produtos por meio de ferrovias e não está sendo afetada pelas suspensões dos locais.

O que se espera agora é que as ferrovias possam retomar as suas atividades normais até o início do mês de fevereiro e que, com isso, as operações retornem à programação normal no setor da mineração em Minas Gerais.

Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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