Na última semana, o Centro de Tecnologia Mineral (CETEM), em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), abriram inscrições para o segunda edição do curso “”Mineração Urbana: conceito e análise do potencial dos resíduos eletroeletrônicos”. As matrículas estão abertas até o dia 19 de agosto. O curso, que será realizado entre os dias 23 e 26 de agosto, conta com o formato híbrido – presencial ou remoto – e as aulas devem ocorrer na sede do CETEM, no Rio de Janeiro. Basicamente, o curso possui carga horária total de 20 horas, sendo composto por quatro etapas.
Na primeira etapa, serão abordados os Conceitos Básicos na Mineração Urbana. Em seguida, as Oportunidades e Desafios do setor. Durante as Etapas 3 e 4, serão apresentados o Potencial da recuperação de materiais secundários e os Indicadores e circularidades da MIneração Urbana, além de mostrar estudos de caso do setor.
Os interessados no curso podem cursar todas as etapas, ou simplesmente optar por cursar apenas alguns módulos específicos. Além disso, é necessário salientar que o certificado será concedido somente aos participantes que obtiverem, pelo menos, 75% de frequência. Caso tenha interesse em participar, as inscrições podem ser realizadas através deste link.
O que é Mineração Urbana?
Basicamente, mineração urbana é a transformação de produtos de pós-consumo em matéria-prima, com a missão de ser reutilizada na produção de novas mercadorias, dessa forma, evita a necessidade de uma nova extração da natureza. Simplificando o conceito, podemos dizer que a mineração tradicional retira os minerais da terra, enquanto a mineração urbana recicla e reutiliza os minerais, colocando novamente em circulação aqueles que foram descartados pelos consumidores e, eventualmente, iriam ser depositados nos aterros sanitários.
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Em geral, ambas as formas de mineração podem fornecer metais ferrosos e não-ferrosos, tais como ouro, ferro, prato, cobre, alumínio, vidro, plástico e diversas outras matérias primas, para diversas indústrias. Embora seja pouco explorada no Brasil, a Mineração Urbana tem grande potencial econômico e ambiental, e já está sendo muito utilizada em outros países.
Como exemplo, o consumo energético e o uso de recursos hídricos são menores na reciclagem, em que os aparelhos específicos devem apenas ser desmontados, triturados e separados pelos tipos de materiais para que, posteriormente, sejam encaminhados para indústrias, que usam dos recursos para criar novos produtos.
Por outro lado, as matérias-primas de origem secundária, os materiais reciclados, possuem a mesma qualidade dos de extração natural original. Sendo assim, o plástico é transformado novamente em resina e está pronto para reinserção na cadeia produtiva; enquanto isso, os metais podem ser usados na construção civil, e até mesmo outras partes, que se misturam no processo, podem ser transformadas em madeiras plásticas para uso em assoalhos, móveis, paletes, etc. Além disso, atualmente, até mesmo filamento para impressoras 3D podem ser criados de materiais 100% reciclados.
Um relatório do StEP (Solving the E-waste Problem), apontou que a reciclagem de uma tonelada de velhos celulares renderia 3,5 de prata, 340 gramas de ouro e 130 kg de cobre. Além disso, mais de 60 outros elementos podem ser usados na produção de aparelhos eletrônicos. Embora muitos acreditem que a mineração urbana seja cara, um estudo da UE apontou que a reciclagem de recursos pode reduzir em até 20% a necessidade de entrada de novos materiais até 2030, sendo potencial de mais de 600 bilhões de euros na indústria europeia entre 2011-2030. No Brasil, devido a grande quantidade de descartes, seria possível recuperar com a reciclagem de lixo eletrônico descartada cerca de R$4 bilhões com a mineração urbana, dando foco a quatro metais: ouro, prata, cobre e alumínio.
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